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05/02/2014Craques relembram brigas com torcida e acreditam: pode ter morte de jogador

Não é de hoje que se ve brigas entre torcidas dentro e fora de estádios. Porém, outra coisa que vem crescendo em grande escala são os manifestos de torcedores contra os próprios jogadores, comissão técnica e seus dirigentes. Quem sabe bem disso é Edílson, o Capetinha, e Freddy Rincón, que foram campeões mundiais pelo Corinthians em 2000 e deixaram o clube após brigas terríveis com a torcida.

Foi um caso bem parecido com o que aconteceu no último sábado, quando torcedores corintianos invadiram o CT do clube. Hoje, os craques têm pensamento muito parecido sobre esse caso. Segundo o blog do Menon, da UOL, Eles acreditam que isso só vai acabar depois de acontecer uma tragédia.

"Estão esperando alguém morrer para tomar alguma atitude. Aí, vão correr atrás e será muito tarde. Vai ter um jogador morto e uma família abandonada", diz Rincón. "A situação está descontrolada e vai ter um final muito dramático. Se não houver reação das autoridades, pode ter morte, sim", lamenta Edílson.

Com a frequência de casos como esse, os craques pedem uma atitude dos poderes governamentais, já que o clube ainda não tomou uma ação mais dura.

"É uma tristeza muito grande. Quando saí do Corinthians fiquei triste, mas me consolei pensando que meu sacrifício iria servir para alguma coisa. Já passaram 13 anos e está igual. Entra presidente, sai presidente e a relação com as organizadas continua. Ninguém quer romper com eles. Então, tem de esperar ajuda é da presidente Dilma mesmo", analisa Edílson.

Para Rincón, é necessário aprender com outras experiências. "Os ingleses acabaram com os hooligans. Mandem alguém lá para aprender. Para ele, relação entre diretoria e torcida nunca vai mudar, por um motivo simples. É uma ligação que interessa para os dois lados e que ninguém quer mudar. É só prestar atenção. Sempre foi assim e o clube é que sai prejudicado, perdeu o Tevez e o Edílson, só para lembrar dois nomes".

Rincón lembra que passou por uma situação muito difícil e que não teve apoio de ninguém. "Nós perdemos um jogo do Santos, na Vila, e quando saímos no carro fomos cercados. Eu estava com o Valdson e pedi para o motorista abrir a porta para enfrentar os caras, mas ele não quis. Aí, fomos para o ônibus e a coisa piorou".

Na subida da serra, houve uma emboscada. Torcedores esperavam pelo ônibus e tentaram agredir os jogadores. "Foi uma situação terrível porque a gente ficou preso dentro do ônibus, levando pedrada e também galhos de árvore. Não tinha como reagir. Era dramático. Falei para o motorista abrir a porta porque eu não ia ficar parado. Ia sair e fazer com eles o que queriam fazer com a gente. Ele ficou com medo e não fizemos nada. Até quando, vamos ficar calados?", completou Rincón.

Mesmo diante da lamentável situação, Edílson e Rincón discordam quando se fala sobre a melhor maneira de reagir. O colombiano acha a greve natural. Edílson, não. "Eu não estou dizendo que devem fazer greve, que é o único caminho, não é isso. Mas é uma opção sim. Por que não? Os jogadores precisam se unir e fazer alguma coisa, buscar apoio na federação, na CBF e até na greve, se for necessário", diz Rincón.

"Sou contra a greve porque vai atrapalhar a Copa no Brasil. A Copa está aí, vai ser bom para a Bahia, já estamos no clima. Sou fã do Paulo André e do Bom Senso, acho que estão fazendo coisas boas, mas greve eu não concordo, não", termina Edílson.

Fonte: www.yahoo.com.br

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